A palestra organizada pelo meu grupo na teoria foi um sucesso. Ocorreu de forma tranquila e dentro do previsto. O palestrante, não sei se pelo fato de ser adorado por mim, pela minha opinião foi "o cara". Adorei tudo e por sorte sobrevivemos à tensão. Me emocionei bastante e confesso que quis chorar. Não por ser manteiga derretida, mas por ter a sensação de que o fim da faculdade deixará em mim um enorme vazio.
Agradeço à cada integrante do grupo e às pessoas que direta ou indiretamente contribuiram para que a noite de ontem fosse como eu havia esperado durante o mês inteiro.
Durante a apresentação foram colocadas fotos de todas as alunas desde o primeiro semestre. Me tocou bastante relembrar momentos muito legais e pessoas que saíram da faculdade mas que deixaram saudade. É interessantre observar as mudanças físicas, relembrar fatos, festas, aulas importantes, pessoas importantes, professores especiais. Foi uma sensação de que o coração guarda exatamente àquilo que lhe faz bem e fico feliz em perceber que tenho carinho por quase todas da turma.
Hoje estou totalmente saudosista. Dia 03 de junho completou 9 anos que pisei em terras brasileiras, depois de uma temporada longa de 4 anos fora, sem direito à férias. Acordei e chorei. Chorei de saudade de minha vida no frio, da neve, da escola, dos amigos que ficaram, que sumiram do mapa. Senti saudade imensa de minha afilhada que no dia 02 completou 10 anos.
Essa minha afilhada, se chama Belipia. Filha de angolanos, uma princesa. Lembro que era um domingo, fazia muito frio. Vi uma senhora tentando colocar um casaco (os casacos infantis são um saco de colocar). Ninguém a ajudou. Eu fui lá e ajudei, sem nenhum pretensão especifíca. Depois da missa ela aproximou-se e perguntou se eu não queria ser madrinha da filha dela (exatamente assim!). Eu disse que precisaria peguntar à meus pais, afinal eu estava com 13 anos. Minha mãe aceitou na hora e como meu irmão estava indo para Moscou ela ofereceu-o para ser o padrinho. Dia 24 de dezembro de 1998 à batizamos e ela passou a fazer parte de nossas vidas. Eu na época não me ligava tanto à esse fato. Ser madrinha não me enchia os olhos. E sempre lidei com ciranças de uma forma diferente.
Hoje, depois de anos sem vê-la, me pergunto se eu não poderia ter agido diferente. Penso nela diariamente e peço a Deus que cuide dela a onde quer que ela esteja e que as bençãos dadas à ela naquela noite de Natal estejam acontecendo de forma evolutiva na vida dela e na dos pais.
O saudosismo me faz bem. Me faz olhar para frente e querer ser uma pessoa melhor.
Que todos nós possamos cuidar do que temos hoje. E acrescentar à vida dos outros.
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