Estava indo para a faculdade segunda-feira, quando vejo um caderno caindo de um carro. Fui lá peguei e vi que era um caderno novinho, usado apenas uma página e continha endereço de e-mail e telefone. O caderno era lindo, cheio de anjinhos e adesivos. Eu até poderia ter ficado com ele, pois creio que a dona nunca saberia. Mas eu liguei para ela e avisei que estava com seu caderno e que ela poderia pegar em meu serviço. Ela agradeceu e ponto.
Uma pessoa disse que eu havia sido besta porque ao final ela não me agradeceu como deveria e que ser honesto demais nem sempre é bom. Mas eu respondi que quem não é honesto no pouco não será no muito. E ele falou ainda que a gente sempre espera que as pessoas nos agradeçam pelo que fazemos. Mas eu não sou assim. Já fui muito de guardar rancor, de esperar que as pessoas me devolvessem tudo que eu dava. Percebi que o ser humano de verdade faz como São Francisco: ama sem ser amado, compreende sem ser compreendido, dá sem esperar receber e o faz de coração, não para aparecer diante da sociedade como o bonzinho da vida.
Assim sou eu. As vezes eu me encho quando alguém me agradece, quando alguém me faz sentir importante, mas logo reflito que não é esta a minha função neste mundo. Não é fácil ser humana sem querer o troco, mas é um esforço que vale a pena, você se doar e ser feliz.
Claro que em matéria de relacionamento amoroso eu sempre me ferro. Me dou mais do que o necessário e obvio nunca sou correspondida. Até fui uma ou duas vezes, mas a porrada foi tão grande que não consigo me lembrar de quando recebi todo amor que dei. Mas aprendi a superar e a acreditar que quando for amor de verdade tudo caminhará num compasso verdadeiro, numa sintonia onde ninguém precisará se lembrar que fiz aquilo ou não fiz. Só o amor bastará...........
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