quarta-feira, 27 de março de 2024

Dos 21 aos 39

Hoje eu vou dar um salto dos 21 para os 39 porque amanhã é meu aniversário e eu não quero falar nada. Quero silêncio e paz. 

Esses anos foram ruins em sua grande parte. Faculdade, anorexia, estágios, ônibus, insônia... Até terminar a faculdade, esta era a minha rotina. 

Saí da faculdade. Saí de casa o mesmo mês. E foi ótimo. Necessário e me moldou muito em termos de organização financeira. Antes da faculdade eu passei um perrengue que me custou 8 mil reais. Aprendi na marra a colocar minha grana em ordem e ainda fazer render. 

Aos 26 me casei. Aos 30 me separei.

Tive brechó. Dei aula de russo, espanhol e inglês. Estudei francês. Virei Cerimonialista. 

Separei. Mudei de apartamento. A lista de amigos aumentou demais. Mas só conto nos dedos de 1 mão quem é amigo real. 

Namorei bastante caboclo por aí, mas nunca mais amei como amei meu ex-marido. Entre estes seres, um em específico me deixou numa merda e com tanto chifre que eu achei que nunca mais me levantaria. 

Veio a pandemia. Retomei os estudos do inglês e decidi que vou até o final. 

Meu último namoro foi em 2020. 

Comecei a terapia em seguida. 

Me assumi. 

Trabalho tanto, que tem dias que eu choro. Não de reclamação, mas de alegria. Eu agradeço demais porque meu trabalho é a coisa mais importante que eu tenho. Eu morro de medo de ser demitida. De ficar desempregada. De depender dos outros. 

Não tenho medo de ficar sozinha, porque eu demorei a entender que a pessoa mais importante do mundo, sou eu mesma.

Sou expressamente deprimida, cansada, reclamona, mas tenho muitas qualidades. Não sou bonita. Sou legal. 

Amo minha família que é minha fonte de amor há 37 anos. Mas parei de mencionar que sou adotada. 

Amo meus amigos, do passado, do presente e do futuro. 

Afinal, não quero viver muito, mas quero viver bem. 

Sem lágrimas, sem posição fetal de desespero e com muitos copos de cerveja... mesmo não tendo ressaca mas sim, sentimento de morte. 

Sou grata por cada ano, cada momento, mesmo os piores dos piores. Aqueles que me fizeram por um triz tirar a vida. 

Mas aqui estou.

40.

Amém. 



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