Estamos a poucos dias do fim de uma era. Pelo menos no que diz respeito à minha vida pessoal e patética.
Sou terceirizada desde 2009 e pela primeira vez desde então, deixo de ser Secretária Executiva Bilíngue.
Ainda estou digerindo a situação. São quase 7 anos de Ministério e do nada, não poderei exercer o que estudei para ser. E isso me incomoda, não somente pelo lado financeiro, com menos de mil reais na conta. Me angustia, porque parece que esse tempo todo eu fui uma fraude.
Venho me preparando para este momento, diminuindo gastos, recusando festas, shows e compras desnecessárias. Meus gastos extras com estudo, por sorte, acabam, um em dezembro e o outro no meio do próximo ano. Até lá, não poderei inventar nada que comprometa ainda mais o que ganho e toda a administração que faço, como todo brasileiro, à duras penas.
A ideia, logicamente, era conseguir um emprego que me mantivesse no nível, que eu acho que tenho. Mas também não corri tanto atrás. O famoso não trocarei o certo pelo duvidoso tem permeado minha vida profissional desde que ainda estudava, então que com 38 anos, jamais daria saltos pelo qual eu não me sinta capacitada em aterrissar com segurança.
A partir de sexta, 01 de julho, me torno Secretária Executiva apenas. E que seja feita a vontade de Deus em minha vida e na de minhas colegas que estão atravessando o mesmo caminho. E que consigamos nos reerguer, mesmo com as dificuldades que irão surgir desta diminuição salarial e eu diria até, de respeito.
Sigo grata por ter um emprego, que eu amo, diga-se de passagem. Tenho saúde e seguirei com o Bolshoi paralelamente, me ajudando a sobreviver e ajudar um pouco à quem amo.
Para nós, que superamos, vivas, uma pandemia, essa mudança pode ser benéfica e a abertura para algo novo.
Pelo menos agora não tem a pressão de falar bem o idioma. Por outro lado, me torno ainda mais substituível.
Mas quer saber? Tá tudo bem.
Cabeça erguida e coração grato.
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