Na teoria isso é fácil. Na prática a gente bem sabe que isso é muito complicado.
Eu que trabalho com casamentos, vejo isso sempre. Mas respeito, obviamente, que alguns casais não consigam este tipo de relacionamento.
A questão é que o outro pode não me respeitar e levar isso ao pé da letra, digamos que, ao sair sozinho, sinta que pode ser desleal comigo.
Mas eu, dentro do que já vivi em um casamento, tento que o outro se sinta livre para ir e vir. Entendi, principalmente depois de um relacionamento onde eu cercava o cara de todas as formas, que não adianta. Se a pessoa quiser te trair, ela vai te trair saindo com você. Eu vivi isso durante 3 meses no meu pseudo namoro. A pessoa não respeitava sequer a minha presença. Quero nem imaginar o que ele fez em minha ausência.
Por isso hoje, já mais calejada, eu realmente acredito no espaço que o outro precisa para viver o que acha melhor. Porque eu não vou mais aceitar não poder viver minha liberdade e meus interesses. Já tive um relacionamento onde o cara não gostava de sertanejo e quase teve um treco quando fui a um show do Jorge e Matheus com uma amiga. Na cabeça dele não fazia sentido, mas na minha não fazia sentido gastar dinheiro com algo que ele não gostava só para me vigiar. E eu fui ao show com a minha amiga e voltei sã e salva, feliz e alegre por ter vivido a minha experiência.
Então se eu puder dar um conselho, e ele vai para mim também: queridos casais, vivam suas experiências juntos, mas se permitam bons momentos sozinhos, ou acompanhados da família, de amigos, de um amigo. Nem toda experiência será feita em casal. As vezes um gosta de queijo e o outro de goiabada, mas não dos dois juntos. E aí? Vão emburrar um com o outro? Ou irão respeitar a escolha do outro não ser a mesma?
Claro, é algo que não pode ser feito na empolgação. Tudo tem que ser dialogado. Mas acredito muito, atualmente, que a liberdade de cada um pode ser vivida com respeito. Por mim e pelo outro.
Acho até que esse é um assunto muito globalizado. Acaba que pais precisam respeitar a individualidade dos filhos, principalmente quando eles se tornam adultos. Filhos precisam respeitar as escolhas individuais de seus pais, afinal, eles são mais velhos e teoricamente sabem o que fazem. Amigos precisam respeitar a liberdade uns dos outros. Profissionalmente também.
E é àquela verdade: se o outro quiser ir ele vai. Se ele quiser voltar, ele voltará.