sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Deus nos livre, mas quem nos dera!

Deus nos livre viver um amor desses ruins, que nos arrasam a alma, a fé, dão gastrite e depressão. 
Deus nos livre de alguém que não liga, nem antes, nem durante e nem depois. Que não sabe nossa música favorita. O número do celular e se gostamos ou não de sucrilhos com iogurte.
Deus nos livre de gente que trai, deprecia, arranca as vísceras, nos coloca em uma caixa, sufoca e abandona. 
Deus nos livre de implorar amor, atenção, carinho, cheiro no cangote, mensagens fofas pela manhã, beijo de boa noite com carinha feliz e um você precisa de algo?

Deus nos livre da falta de querer, desejar, sonhar, apaixonar, admirar, respeitar e morder a ponta da orelha.
Deus nos livre de hipocrisia, traição, pancada na alma e no coração.
Deus nos livre de falta de rotina gostosa, com cinema, aniversário de criança, clube em dia nublado e rede em dias de sol. 
Deus nos livre de ter vergonha de andar de mãos dadas, de declarar no facebook, instagram, na rádio da cidade ou no carro de som.

Quem nos dera, comer onde ama com a pessoa que ama. Tomar cerveja, vinho, cachaça ou refrigerante no pé sujo ao lado de casa comendo pastel de queijo e planejando o fim de semana daqui a duas semanas. 
Quem nos dera não ter medo, insegurança, ciúme, vontade de sumir, de dizer que não quer, querendo.
Quem nos dera não ter medo de declarar, de entregar o coração, a chave do carro, da casa, da vida.
Quem nos dera conhecer o sogro, a sogra, a família, viajar no fim de ano, todos os anos.

Quem nos dera ter na mesma pessoa, amor, companheirismo, amizade, lealdade, fidelidade e conchinha na hora do desespero. 
Quem nos dera ouvir uma música, lembrar, enviar um whatsapp e dizer que lembrou dela, sem que a pessoa leia e não responda, mesmo podendo responder. 
Quem nos dera ver um monte de mensagem massa na internet, enviar, a pessoa ler e dizer algo, dizer: adorei.
Quem nos dera elogiar, receber um elogio em troca, com um beijo e massagem nos pés.
Quem nos dera sobreviver à rotina, à dor, ao descaso, às lágrimas, às diferenças musicais, de sabor, de textura com um aperto na bochecha e de mãos dadas caminhar.

Caminhar juntos, pés entrelaçados em um domingo de chuva. Planejar a compra do tapete estampado de zebra, a colcha verde musgo e a comida do ramster. Caminhar juntos, definindo as coisas independente se é namoro, casamento, churrasco ou sushi.

Deus nos livre do pouco amor. Quem nos dera amar sem medida.

E você? Deus me livre ou Quem me dera? 



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