Esta semana tem sido muito intensa com relação ao assunto Mulher. José Mayer, um dos galãs mais cobiçados (não sei por quem. Acho ele super normal) foi acusado de assédio sexual por uma Figurinista da Rede Globo e afastado por tempo indeterminado das novelas. Victor Chaves, da dupla Victor & Léo, foi indiciado por bater na esposa grávida, embora ele diga que não quis machucar. O José escreveu uma carta pedindo desculpas e admitindo o erro, mas isso não anda sendo mais o suficiente.
Estamos muito perdidos. Todos. Passamos a julgar uns aos outros ao menor sinal de diferença. Passamos a usar as redes sociais para destilar os venenos que guardamos por uma vida inteira. E sim, o machismo anda, na minha opinião extremamente forte, tipo um monstro, em pleno século 21.
Daí eu fiz uma reflexão em minha vida e cheguei a conclusão de que eu fui assediada para caramba ao longo da vida. Lembro que quando eu tinha uns 16 anos e pesava 62 quilos e amava dançar eu ouvi: nossa você dança bem em? Deve ser um espetáculo na cama... Oi? 16 anos eu era uma adolescente gorda e me detestava, como que eu iria ser boa de cama mesmo? E sempre ouvi elogios velados de assédio, seja pelo meu jeito espontâneo, seja por que eu falo tudo que penso. Não sei, só sei que muitos homens se acham no direito de definir como conduzir as reações sobre mim. E eu hoje cansei disso.
Não sou hipócrita. Já dormi com caras na primeira noite e não peguei o contato. Mas isso não dá o direito do outro me julgar. Até porque me conhecendo fiz poucas vezes. Eu sempre me sentia um lixo no outro dia. Mesmo sabendo que eu sou dona do meu querer então não tinha que me sentir mal.
Mas a gente se sente né? Porque tudo é errado hoje em dia. Os julgamentos, o desrespeito, eles vem de toda parte. Homens e mulheres ficam ali julgando, condenando, criticando, falando mal... Meu Deus como vivem estes seres humanos? Eles tem paz no coração?
E a situação é bem assim: se você é gorda, falam mal; se você é magra, é doente; se você se cuida muito, é fútil; se não se arruma, desleixada; se você gosta de sair muito, tipo todo fim de semana, é puta; se não sai, encalhada; se namora muito, é puta; se não namora; tem problema; se sai com homens, é puta; se sai com mulheres, sapatão; se tem muitos filhos, não assiste TV; se não tem nenhum, mau amada... As situações são deste nível. Eu que o diga quantas vezes já fui destroçada quando disse que não quero, e não quero mesmo, ter filhos. É uma sucessão de perguntas tão idiotas que eu tenho vontade de montar um livro com elas. Ninguém respeita. Ninguém estende a mão. Nada.
A questão toda é: as coisas precisam mudar. Da parte das mulheres é importante que a gente se una sabe? Vamos parar de falar mal do cabelo da colega, das roupas dela, do namorado dela, a não ser claro que ele bata nela. Chega de criticar se ela optou por ser mãe no lugar de priorizar a carreira. Para te torrar o saco nas questões sexuais. Deixa ela ser lésbica, bissexual, trans.. sério, deixemos de disputa. Ninguém aqui é melhor do que ninguém não. Todas nós mulheres já passamos por alguma dificuldade por sermos mulheres. Então vamos nos unir cara. Juliana Paes deu uma entrevista em que ela pede respeito também por não ser feminista de carteirinha. Sério, vamos respeitar se a colega não quer deixar os pelos das axilas grandes. Se ela se sente bem com maquiagem, silicone e megahair. E nós que temos este comportamento digamos comum, também devemos respeitar as mulheres que optam por serem feministas. A questão inteira é o equilíbrio. Eu te respeito pelas suas escolhas e você me respeita pela minhas?
E vocês homens do meu mundo lindo: vamos baixar a bola tá? Não tem isso de forçar sexo, beijo e etc, não é não. Simples. Tá louco para comer a mina e ela não quer, vai para casa, toma um banho gelado e vai ler Playboy. Vamos respeitar aí a moça que resolve beber todas, sair de sainha, usar bikine... Isso não te dá o direito de machucá-la pelo seu prazer. Não. Se ela não quiser, respeite. Se ela não achar graça, respeite.
E é bem radical assim mesmo. Estou mudando muito. Eu tinha um lance de dizer que antigamente isso não acontecia e vivíamos bem, mesmo com todas as piadas e ironias. Mas eu preciso mudar. Por mim, pelas minhas sobrinhas, pelas filhas de minhas amiga e pelo filhos também, ou a vamos esquecer o tanto que rola de maldade com os negros, índios, macumbeiros, a galera LGBT, a galera que é diferente?
No fim das contas é o respeito que deve prevalecer. Sendo mulher então, por favor, respeitem. Mulheres se respeitem. Vamos nos unir na luta contra todo tipo de atitude machista. Todo tipo de atitude que vá ferir, humilhar, magoar e destruir a vida de uma mulher, de um ser humano.
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