Em maio completo 6 anos na Assessoria Internacional da ANTAQ. E me lembro exatamente da minha ansiedade no primeiro dia. Não imaginava que ficaria tanto tempo no mesmo lugar. Nesses anos cheguei a fazer algumas entrevistas. Geralmente quando faço uma nem sempre é para sair daqui. Gosto de fazer meu currículo circular, de acompanhar o desenvolvimento do mercado do Secretariado Executivo e principalmente, gosto de me testar.
Muitas pessoas me dizem que eu tenho potencial para mais. Também acho. Mas sou acomodada e medrosa e eu não trocaria jamais o certo pelo duvidoso. Tenho um medo gigante do desemprego. Sei que aqui é o máximo que irei conseguir, mas gosto do que alcancei nesses últimos anos. Estou me aperfeiçoando para dar o meu melhor aqui dentro. Mas não sou hipócrita ao ponto de recusar algo que me pague mais, mas enquanto isso não acontece, não reclamo.
Tem dias e dias. Em alguns dias me sinto super útil. Em outros não. Estou tentando terminar um MBA pela segunda vez na área. Meu objetivo na verdade é dar aula em faculdade e palestras para os profissionais de Secretariado. Amo a minha profissão e espero de fato me aposentar nela. E isso é de coração.
Tenho muito reconhecimento pelo meu currículo e pela profissional que sou. Acho que sou dedicada, entregue, pontual, disciplinada e tenho uma paixão por cada ação que realizo ao longo do dia. Essa sensação de utilidade me enche de paz.
Mas também além de me cobrar, sou muito cobrada. A profissão sugere que estejamos sempre impecáveis, sorridentes e desenvolvidas. Não há muito espaço para falhas, pelo dinamismo que é o nosso dia a dia.
Tem muita gente que me admira e diz isso e muita gente que não e diz isso também. As vezes não na minha cara. Semana passada por exemplo ao transferir uma ligação escutei uma pessoa dizendo que me detestava. Ela devia estar comentando com alguém. Não sei se ela percebeu que eu acabei ouvindo sem querer o comentário. E infelizmente não posso afirmar que não era para mim. Fica a dúvida.
A verdade é que este episodio na hora me encheu o coração de medo, insegurança e não nego, arrependimento. Fui dormir questionando que tipo de Secretária Executiva eu sou e o que eu quero para o meu futuro. E olha, eu agradeci muito ter ouvido isso, porque no fundo é um impulso para que eu me policie mais, que eu estude mais e que eu acredite mais em mim. Não sou presunçosa achando que as pessoas tem inveja de mim. Isso não entra na minha cabeça. Não há motivo para ter inveja de mim, principalmente porque eu sou ainda muito crua no ramo e sei que tenho que desenvolver ainda mais habilidades e melhorar meu relacionamento com o próximo. E espero que além de eu me manter no emprego, ainda mais agora em tempos de crise, que eu não deixe de querer aprender e ajudar. Não me tornei Secretária por mim. Não acordo cedo para trabalhar querendo fazer tudo errado. Muito pelo contrário, tenho úlcera mental cada vez que sinto que fiz algo errado ou que o que eu fiz não foi válido.
E assim vou vivendo profissionalmente. Tento aprender ao máximo com os meus superiores. Observo cada documento recebido para sempre fazer o próximo com mais atenção. Leio muito e me anteno às novidades do mercado. Vejo jornal, leio jornal, livro. Dentro da minha área eu me dedico à ser cada vez mais entregue.
Só tenho a agradecer estes quase 6 anos. Agradeço à cada Gestão vivida aqui dentro, cada mudança de perfil, de atividades. Cada reunião, cada telefonema ou e-mail, seja em inglês ou em espanhol.
Amo ser Secretária. Amo a ASI e espero que quem comigo trabalha sinta que eu não me sinto melhor que ninguém. Só não aceito ser humilhada, embora sendo de minha característica interna não bater boca. Chega a ser o verdadeiro: falem mal, mas falem de mim.
O mundo dá voltas e temos que sempre nos aprimorar. E não perder tempo metendo pedra no outro.
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