Nunca achei que aos 31 anos pudesse me sentir bem comigo mesma. E não digo fisicamente. Eu sou inquieta e sei que tenho muito mais defeitos que qualidades e de fato isso me incomoda muito, muito mesmo.
Um defeito que pessoalmente me irrita é a minha mania de achar que sei de tudo e que tenho a solução de todos os problemas dos outros. O que me faz falar demais, as vezes no momento errado e da forma errada. Dou altas mancadas.
Algumas até surtiram um efeito positivo na pessoa, outros geraram ódio. Lidar com isso me emagrece mais ainda porque eu fico muito aflita quando o resultado é negativo.
Um exemplo positivo foi um dia qualquer de aula, chamei uma amiga do nada e perguntei porque ela estava desleixada com ela. Disse que a vinha observando e ela estava mais deprimida e mais gorda. Na hora me arrependi amargamente, mas hoje, muitos anos depois me lembro que depois dessa conversa ela mudou de emprego, se estabilizou com o namorado e ficou uma das mulheres mais lindas que eu conheci na vida. Tem dois filhos, super bem casada. Não sei se foi essa conversa em si, mas sinto que eu tive algo a ver com essa mudança de postura.
Mas casos como este são raros. Muito raros. O último comentário negativo foi sobre o lance de não visitar a Sobrinha Ratattoulie na maternidade, que gerou um post com mais de 55 comentários. Entre eles fui acusada de não ter amor à família. Chorei litros e tive que me desculpar formalmente com todas as pessoas que se sentiram ofendidas. E não foram poucas. Talvez eu não tivesse que ter dito nada, muito menos no facebook né? Pois é, mas essa sou eu.
Segunda eu tive a capacidade de perguntar para minha chefe se era eu quem tinha arrumado os cartões dela, porque eu não me lembrava. E disse que se tivesse sido eu estava muito mal feito. A verdade é que a ela tinha arrumado os cartões, ou seja, abri minha boca para ofender. De graça.
Estou aprendendo dia a dia a me manter com a boca mais fechada. Ainda mais em tempos de facebook e os donos da verdade, não quero me tornar a Rainha do Sabe Tudo. A verdade é que nada sei e dependendo do tema sou uma completa abestalhada para opinar. Não é fácil, porque acho que sou assim porque desde pequena eu juro que sou uma jornalista, o que me faz falar com tanta convicção sobre algumas coisas que até eu acredito. Mas a verdade é que sim, eu preciso me observar mais, observar o ambiente, a hora, para emitir alguma opinião mais concreta. Assim, evito não só de magoar as pessoas, mas de magoar à mim e aos que amo com verdade. Espero aliás que esse tipo de mudança não aconteça só a partir do dia 28. Não é dieta que eu começo na próxima segunda. O silêncio é algo pelo qual eu devo doar a minha vida para o meu crescimento interno. E principalmente para que eu seja respeitada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu comentário. Me ajude a ser melhor!