quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Viver sem ser pelo social

Estava dando uma viajada aqui no trabalho quando resolvi mexer no facebook e encontrei a seguinte frase: "A felicidade não depende do que nos faz falta, mas do bom uso do que temos" (Thomas Hardy).
E era exatamente o que eu estava pensando. Na verdade estava lendo um blog de uma comunidade norte-americana que vive como nos tempos dos anos 50-70, só que com internet. De resto, a TV não é LCD, os móveis são mais rústicos, e eles sentam à mesa para as refeições principais. 
Achei maravilhoso isso! Não sei se eu viveria sem TV à cabo, mas eu sou muito tranquila com relação à um monte de coisas que eu não tenho e não quero ter. E sou cobrada muito por isso. Aliás, somos cobrados demais.
A onda do momento são os concursos públicos e principalmente o do órgão que eu trabalho. E as pessoas ficam com uma cara quando eu digo que não faço concurso público. E as pessoas se espantam quando digo que moro de aluguel e não tenho carro. E quando digo que separei? Que meus móveis foram comprados em loja de usados. E que eu adoro comprar roupa em Brechó. E que eu muito raramente vou ao cinema. E que eu gosto de viajar pelo Brasil. E que eu não me importo se não como em restaurante caro, porque eu amo pão de queijo com café. E que eu não sei cozinhar, mas que gosto de me sentar à mesa tomando chá com biscoitos. E que não como carne, nem fast-food e que diminui a coca. E que não pratico atividades físicas da moda. Aliás, detesto seguir a moda. Detesto tendências. Detesto ler livros da moda. Revistas da moda. Até sites que eu acompanho não são os da moda. Não sigo padrões. Respeito os limites, as regras básicas, mas de resto, sou desapegada.
Essa seria a palavra. Economizo para viajar. Estudo para me manter no emprego ou quem sabe conseguir um melhor, vou caminhando para o trabalho, almoço comida que meus alunos levam à aula e à noite fico lendo, vendo um seriado ou outro que já nem passa na TV (Friends), converso muito com meus vizinhos que tem mais de 70 anos. Não badalo nas boates da moda e como não tenho carro só vou em lugares a onde ou posso voltar de bus, ou posso dormir. Se não, fico em casa. 
Não tenho necessidade de ser como todo mundo. Meu cabelo é curto, tenho tatoos que forma sonhadas, faço uma pós e quero ser professora. Talvez faça uma outra faculdade, não quero ter filhos e vivo de fato com o básico para pagar meu aluguel e comprar uma bolsa ou outra, ou também comprar livros. Não depender de ninguém, não depender de dinheiro para ser feliz e principalmente, desapegar. 
Me cobrei demais para ter. Ter um diploma, ter um marido. Depois veio o ter um carro, ter uma casa, ter plano de saúde, ter filhos, ter uma pós, ter um concurso público....Deve ser bacana ter tudo isso, mas eu estou bem como está. Dei uma engordada, porque hoje como melhor do que há uns 3 anos. Dei uma desacelerada. Sorrio mais e durmo mais. E principalmente, digo mais nãos, o que liberta a alma de um monte de cobranças internas.
Se eu sonho com uma vida melhor? Claro que sonho, não sou hipócrita. Mas se essa vida melhor for sem carro, sem TV à cabo e com muita saúde, eu de fato estarei muito bem, também. 

E desejo à você hoje isso. Desapegue do que a sociedade impõe. Viva mais simples. Vale a pena.

Um comentário:

  1. Muito interessante este texto.
    Realmente as pessoas hoje em dia dão muito valor ao que tem e as coisas consideradas normais todo mundo fazer. Se você é diferente, elas se espantam e criticam...

    Amei o Blog.
    Se puder, dá uma olhadinha no meu também.

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