Segunda-feira, 30 de setembro de 2013, palestrei na Faculdade Jesus Maria José (FAJESU) sobre a importância do idioma na formação do Secretário Executivo. O tema fez parte de um evento que aconteceu durante 3 dias e neste dia o foco era a Comunicação. De certo modo, foi muito mais amplo tendo em vista que no mesmo dia palestraram a Samira - sobre administração de tempo e a Karla Mustafá - sobre o uso das ferramentas cibernéticas na auto-formação do Secretário.
Estavam presentes alunos de outros cursos o que provou que este tema é realmente de interesse universal.
Eu particularmente fiquei bem feliz. Me senti revigorada e saltitante. Senti que toda a minha luta, ainda que não perceptível, mexeu com algumas pessoas. Não sou exemplo, mas sei que algo do que eu vivi e vivo pode ser usado por você.
E aí falo aqui exatamente sobre isso. Sobre como administrar tempo e aprender um idioma, ou aprender um idioma e administrar o tempo. E no meio de tudo isso viver.
O fato é que eu não falo 4 idiomas à toa. Apesar de ter morado fora, precisei me dedicar muito, muito mesmo para falar algo. Com relação ao espanhol foi fácil porque fui alfabetizada neste idioma. Com relação ao russo e ao inglês, não. O inglês especificamente, quando cheguei em Moscou era meu terror. Fui pra lá na 5ª série e enquanto eu sabia yes e no, meus colegas já faziam leitura de peças de Shakespeare. E ao mesmo tempo em que eu precisava acompanhar o ritmo deles, eu precisava retomar o espanhol, que havia ficado adormecido por 4 anos e aprender o russo. Tudo ao mesmo tempo. Como eu fiz isso? Não sei. Sei que eu estudava das 08h30 às 15h30 e fazia aula de inglês e reforço em matemática, e aos finais de semana por 6 meses, tive aula de russo com uma professora cubana, que logo me saturou e eu dispensei. Decidi que aprenderia russo na marra. E ainda precisava ter um ritmo social de vida ativo, pois todos os dias minha mãe encontrava algum lugar para ir ou infelizmente, fizemos muitas visitas médicas e isso me ajudou a melhorar meu russo.
E se tem algo que eu fui forçada a aprender de fato foi administrar meu tempo. Entre escola, estudo, família e atividade cultural e médica. E o dia só tem 24 horas né? A minha dificuldade na hora de estudar era que eu demorava geralmente para fazer um exercício algo em média de 2 horas. Eu precisava ler e traduzir do russo para o português, daí eu entendia, fazia a tarefa e depois traduzia tudo pro russo. Até conseguir fazer tudo em russo mesmo, demorei algo em torno de 1 ano e meio. Com o inglês foi mais fácil, mas mesmo assim eu precisava entender e traduzir para não sair falando bobagem. Ou seja, sem querer, aprendi russo e inglês na mesma época.
E o que Moscou me ensinou nesses 4 anos estudantis vivendo lá, é que um: não deixe para amanhã o que você pode fazer ontem e que o dia tem 36 horas e não 24 como vivenciamos. E eu trouxe isso para minha vida no Brasil, para minha vida na faculdade, para minha vida profissional e pessoal. E não deixo para ontem o que eu posso fazer antes de ontem e tento fazer sim, tudo em um dia, nas 24 horas. Durmo pouco. Me esforço bastante e no fim consigo fazer exatamente o que me proponho e bem. Claro, tem dias que não dá: ou estou doente, com dor de cabeça, dor de barriga, de mau humor. É normal. Mas penso que se eu consegui em Moscou, posso conseguir hoje, aqui e agora.
E assim me divido entre ser esposa, filha, amiga, amante, confidente dos amigos e conselheira com as atividades de Secretária, Professora de inglês, espanhol e russo, mais a função de cerimonialista e vendedora de roupa no Brechó. Ainda estudo francês e participo de um Clube de livros e além do livro do Clube leio mais uns 4. E ainda me divirto, faço unha, danço, choro, escrevo no blog, arrumo a casa, participo dos eventos familiares e vejo seriados americanos. Uffa.
Eu planejo tudo com o máximo de antecedência e agendo. Tudo. Tenho uma agenda para cada função e assim vou montando minhas estratégias de sobrevivência. E sei que não é fácil. Digo que para ser que nem eu tem que ser acima de tudo fiel ao sonho e à causa.
Em conclusão ao meu relato quase testemunho é que dá. A gente consegue ser o que quiser. Não é auto-ajuda. É comprovação. Não é simples, as vezes precisamos ter jogo de cintura, abrir mão de algumas coisas, deixar manias e preguiça de lado, abandonar festinhas e farras, as vezes até não ter namorado, esposa ou esposo. Mas antes de qualquer coisa é preciso ter uma meta, um sonho, um caminho que seja realmente necessário e importante seguir. Eu sou assim porque tenho muitos exemplos de pessoas que eram mega ocupadas e hoje são ocupadas, ricas e bem sucedidas. Não necessariamente o foco é grana e fama, mas tem que ter algum.
E para terminar, sugiro sempre ter iniciativa, perseverança, fé e pessoas ao seu lado que acreditem em você, além de você mesmo. Não precisa fazer mil coisas, mas não esmoreça com o que for preciso fazer para alcançar seu objetivo. Sempre digo para o Marido duas coisas: quem escolheu não ser concursado público, rala mais que os outros. E hoje a gente abre mão da diversão, lazer e descanso, para depois somente ter momentos de diversão, lazer e descanso. Minha mãe sempre me diz que hora de descansar é hora de morrer.
Fica a dica para você. Em qualquer setor de sua vida, planeje. Respeite-se. Sonhe. Corra atrás o tempo que for preciso e jamais desista na primeira barreira, pedra ou curva esquisita.
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