Na segunda quinta feira do mês onde falarei de fatos que me transformaram ao longo destes 29 anos lindos de vida, toco em um assunto delicado, mas muito importante: meus relacionamentos afetivos.
Não citando nomes, mas demonstrando que ter sido namoradeira me fez bem, me fez forte e fiel.
Eu comecei a namorar muito nova. Com 15 anos não perdi tempo. Papai não havia determinado data para essa iniciação, mas obviamente, se assustou com a minha primeira escolha. Eu morava em Moscou, e o escolhido havia sido um brasileiro.
Eu morei 4 anos em Moscou e olha só, meu primeiro namorado nem foi um russo. Eu era muito machinho sabe? Não fugi das paqueras infantis, bobas, mas eu era muito sem paciência. Teve uma vez que o filho do Embaixador de Cuba mexeu no meu cabelo e eu emburrei de um jeito que minha mãe até hoje acha que ele era meu namoradinho de tanto que eu falava nele, mas o fato é que na grande maioria das vezes eu era muito mais amiga dos garotos do que paqueradora ou paquerada. Acho até que fui pouco paquerada, devido aos meus mínimos atributos físicos: gordinha, com os dentes muito esquisitos e sempre apressada, antes do povo vir pedir qualquer coisa eu já afastava.
Mas fui muito apaixonadinha por dois russos, um acabou não dando em nada e eu paguei o maior mico e o outro, para variar, tornou-se um grande amigo.
De volta ao Brasil, eu comecei a investir um pouco mais em mim, mas era sazonal. Um dia eu acordava e super me arrumava no outro, meu Deus, eu até tinha vergonha de mim mesma. Eu tinha uma calça jeans e um tênis All Star que minha irmã me deu que usei até ter um furo. Meu cabelo era muito grande e eu só o amarrava para jogar Handball. Mas sabe que eu não perdia tempo não. Namorei muito na época de escola.
Da escola para o mercado de trabalho. Namorei relativamente bem, mas o ritmo diminuiu muito na época em que eu era vendedora. Ah! eu estava sempre muito cansada e namorar pessoas de shopping não era muito empolgante não.
Na faculdade tive meu primeiro e mais longo namoro, que entre idas e vindas do amor, durou 2 anos. Também tive meu menor tempo de namoro que durou 24 horas. Namorei uma pessoa que abriu mão de um estágio para que eu pudesse ser hoje a Secretária que sou. Tive várias pessoas especiais e outras que me magoaram.
O caminho foi longo até que no ano de 2010 eu decidi que ou eu casava ou eu encalhava. Entrei numa fase de ficar em casa, escrever no blog, curtir uma fossa total. Nesse ano eu até tive um ou outro caso, mas eu estava decidida à me "purificar", se é que posso usar esta palavra.
E assim, em julho de 2010 eu decidi investir mesmo na pessoa que hoje é meu Marido. Desde o dia em que o vi pela primeira vez, ainda no ano de 2009, eu senti que algo me conectava à ele, embora tivesse continuado dando murro em ponta de faca, até o momento em que anotei meu número de telefone na comanda do restaurante e pedi para ele me ligar.
Eu escrevo tudo isso não para criar mal estar. Muito pelo contrário. Passou. Quem eu namorei eu namorei, quem eu não namorei é meu amigo e ponto.
E eu sempre sonhei com o dia em que eu pudesse dizer a cada pessoa que de certo modo passou pela minha vida: muito obrigada por de alguma forma nossa relação não ter dado certo. Porque não importa se foi eu ou você quem deu o fora, o que importa é que este momento me fez a mulher que sou hoje: esposa dedicada, fiel, leal e principalmente: feliz.
Se eu hoje estivesse em outra relação, estaria feliz? Nem penso nisso. Penso que vivi o que tive que viver. Chorei pelo fim, ri pelo começo e tentei, recomecei e terminei, fui terminada, dispensada, e até porquê não, muitas vezes humilhada. Mas hoje, muitos anos depois cada relacionamento me fez ser quem sou hoje.
E sou realmente muito grata, muito abençoada até, porque pude ter várias relações e guardar delas o importante não só para ser feliz, mas para não cometer o mesmo erro. Aprendi que de nada vale o exagero: seja do amor, seja do ciúme, seja da confiança ou desconfiança. Aprendi a valorizar cada momento juntos, cada palavra de incentivo, cada gesto, cada mimo. Aprendi a valorizar o outro por mais defeitos que ele tenha. Aprendi que calar na maioria das vezes é melhor do que uma briga sem fim. Respeitar a preguiça, o mau humor, o silêncio, as vezes até mesmo a grosseria.
Aprendi que antes de sermos um casal, somos humanos e que apesar de acreditar que dois no casamento formam um, eu aprecio minha individualidade e respeito demais a do meu marido, porque antes dele ser meu marido, ele é meu amigo, meu confidente e também viveu muito antes de viver comigo. Agora é somar, confiar e acreditar demais de que tudo o que vivemos até antes do mês de agosto de 2010 foi o que no fez quem somos para enfrentarmos à vida à dois com muito mais confiança em si e segurança do amor de Deus por nós.
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