"Acordei querendo calar. Calar minha mente, meu corpo e meu espírito. Não quero morrer para poder me calar. Ainda viva, quero me desapegar das palavras que me provocam calafrios.
Também não quero me sentir derrotada, humilhada. Acho que ninguém quer se sentir assim. Mas quero me calar e tem que ser logo. Porque se muito falo, explodo e perco a fé, no que o outro pode ser de melhor para mim. Se calo, talvez perca a fé no que eu posso ser de melhor. Se há o de melhor no mundo.
Não sei se calo, bato, grito e cuspo os ares para dentro de meu ser.
Ainda permaneço refletindo bolhas e bolhas. Ainda olho para meus pés, procurando caminhos, caminhos que eu já tenho, mas que precisam ser diariamente lapidados, reconstruídos e realcançados.
Vamos à feira?
Vamos à vida.
Não me chame para vodcas quentes. Quero o melhor da vida gelada e embriagada em amor e bonificações verdadeiras.
Reze por mim ou comigo. Não me deixe calar por completo. Mas me ajude a não esquecer as palavras embaixo da mesa do bar".
Kukla
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