Eu sinto vergonha.
Eu sinto medo do medo e da insegurança da vida alheia.
Eu me costuro com pedaços de cetim roxo e não quero falsos brilhos de lantejoulas douradas.
Eu me escondo em cobertores flutuantes e ignoro o cheiro do mate do apartamento vizinho.
Eu tapo meus ouvidos às calunias coloridas e ao ruído dos tacones de plata da espanhola escandalosa.
Eu me reviro em carnes escaldadas no intenso temor da culpa da água quente e desavisada.
Eu vou ali, prender meu curto cabelo com os melhores grampos, roubados das sepulturas escondidas em terrenos baldios e desconcertados.
Eu sou eu em mistérios desmerecidos e em estiletes que cortam meus pulsos já sucumbidos pela dor de minha própria e mentirosa alma.
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