Estou aqui, tirando o esmalte com o dente, esperando alguém me atender no Detran e pensando em algumas coisas.Tudo ao mesmo tempo.
Pensando em como é ruim, perder sem ao menos ter. Sonhar sem alcançar. Ou alcançar e deixar cair e quebrar.
Digo isso, sem um motivo aparente. Pensando nas coisas da vida, mesmo. Divagando em tensões alheias e medos alheios.
Sou humana e claro, tem dias que eu me sinto a pior das criaturas. Mas no geral e com a terapia, sinto que hoje eu tenho menos medo e encaro mais o que deve ser encarado. Eu namoro se tiver que namorar. Termino se tiver que terminar. Saio, quando quero e preciso. Choro, quando o peito aperta. Bebo, quando a alma está feliz. Mudo de emprego, por salário melhor. Troco de roupa, quando me sinto gorda. Durmo, quando quero me esconder. E fico ao celular, quando quero o mundo aos meus pés.
E tudo sem "medo". Pode me dizer: demitida, feia, chata, sai daqui, não, te odeio, mau amada, encalhada.
Fique à vontade. Só não me chame por favor, de covarde. Eu demoro a dar o passo decisivo. Mas aí quando o mundo está ao meu alcançe....
A vida é bela, quero champanhe.