Aqui estou na biblioteca da faculdade. Cansada um pouco, andei do metrô até aqui, algo em torno de meia hora. Acordei animada hoje. Como não tinha que trabalhar descansei até as 9 da manhã. Aí quando eu me levanto já é com gás total. Arrumo cama, ponho roupa para lavar, limpo chão. Aproveitei para compar comida, fazer comida. Só não gosto de morar sozinha por isso, não porque não goste de cozinhar, mas cozinhar só para mim é patético demais. Almocei bem, arroz, carne, salada e batata palha. Como sempre tomei um super copo de coca-cola e saí para ir à manicure, pois afinal de contas preciso estar bela para sexta.
Sexta começarei no meu novo emprego e à noite tem balada com amigos. Será niver de uma pessoa muito querida da sala e ainda bem que poderei prestigiar. Sábado irei trabalhar numa feira descolada lá no Gilberto Salomão. Nem sei bem o que venderei, só sei que farei isso por dois motivos: a grana e o conhecimento. Uma amiga minha me perguntou se eu não toparia e é claro que eu não nego ajuda às pessoas queridas. Tomara que seja exatamente à altura da minha espectativa. Domingo ainda nada definido. Mas por ser quarta-feira ainda, minha agenda até que está lotada e legal.
Ontem me senti muito mal em sala. Me senti mal por não participar da formatura. Mas não mudarei de idéia. Quando comecei a faculdade eu já havia definido que não faria festa. Tenho meu príncipios e o de não fazer extravagâncias, e para mim festa de formatura é uma extravagância pelo qual não estou disposta a pagar. Mas acho sim que será uma festa linda e todas as meninas merecem esse dia especial para elas, afinal batalharam tanto, estudaram, foram todos os dias para aulas massantes e conviveram com pessoas dos mais variados estilos. Será um espetáculo. Todas lá estão bem animadas e estarei sempre na torcida para que tudo dê certo e que seja um dia magnifíco e feliz. Na verdade me senti um pouco excluída por não particiar da festa e tal, mas minha conciência está tranquila, eu me sentiria muito mal se gastasse toda essa grana.
Ontem também estava sem paciência na aula de Assessoria. A professora pediu para fazermos algo lá e eu não consegui fazer e me irritei. Ela percebeu e ficou um clima chato. Mandei um e-mail pedindo desculpas, afinal ela também deveria estar cansada e eu lá com minha mania de reclamar. Mas é que às vezes acontecem assuntos tão nada a ver. Mas aí eu penso que ela se esforça para fazer o seu melhor, eu também tenho que fazer o mesmo.
Fui para casa chorando. Sim detesto aquela poeira de Claras. As obras nunca acabam. E à noite quando volto da faculdade não tem ninguém na rua, me sinto com medo de acontecer algo. E quando algo me incomoda eu choro mesmo sem dó nenhuma. Não tenho vergonha de dizer que estou sensível, que estou me sintindo só.
Na verdade sempre me senti só, mesmo cheia de amigos e farras. Nunca descobri porque, mesmo com dois anos de terapia. Talvez seja frescura, mas é muito forte para ser uma frescurite. Tento me alegrar, encarar os fatos de modo positivo, mas tem dias que simplesmente desabo. Hoje lá em casa chorei ao ler um cartão de um ex-namorado das antigas. Não por saudades dele, mas saudades desse momento que não volta mais. Chorei também ao ler umas revistas da Rússia, chorei por sentir muitas saudades dos melhores anos da minha vida.
E assim sigo minha vida, feliz por ter conseguido um emprego, mais com os pés no chão, nada de deslumbramento, nada de ser metida. Acima de tudo ser humilde e receptiva, pronta para aprender e a valorizar cada momento presenteado por Deus. O coração anda muito confuso.
Um beijo........