castanheiro que durante dois anos serviu para que Anne Frank contemplasse, de seu refúgio, a passagem das estações vai ser derrubado nesta quarta-feira. Anne Frank escreveu a seu famoso diário, em 13 de maio de 1944, aniversário de casamento de seus pais: "Ontem o sol brilhou como ainda não havia feito este ano. Nosso castanheiro está repleto de flores, tem mais folhas e está mais bonito do que no ano passado".
A centenária árvore de 27 toneladas está enferma. Um fungo causou deterioração de 28% de seu tronco e ela está em perigo de queda, o que acarreta grandes riscos para os espaços vizinhos, entre os quais a "casa de trás", no número 263 da Prisengracht, que serviu de refúgio à família Frank entre 1942 e 1944, durante a ocupação nazista da Holanda.
Na verdade, o castanheiro é parte do jardim da casa no canal paralelo, no número 188 da Keizersgracht, cujo dono solicitou à Justiça licença para derrubá-la. A Casa de Anne Frank plantará um enxerto de castanheiro no mesmo lugar para que continue a existir uma árvore, como a que exerceu papel tão especial no refúgio da menina judia. Como o campanário de uma igreja vizinha, que ela também menciona no diário, o castanheiro servia como ponto de referência e consolo à menina, que pouco podia ver e ouvir, de seu esconderijo.
A família Frank foi encontrada pela polícia em setembro de 1944, e Anne e seus parentes foram deportados pelos nazistas a campos de concentração. Anne e sua irmã Margot morreram no ano seguinte no campo de Bergen-Belsen.
Essa não é a primeira vez que o proprietário da casa tenta derrubar o castanheiro, e tampouco pode ser a última, Hoje mesmo uma audiência judicial julgará um recurso que pode voltar a impedir o corte. Caso não surja um mandado em contrário, porém, a árvore será derrubada hoje.
Tradução: Paulo Eduardo Migliacci ME
La Vanguardia
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