A minha reação em relação à morte, é sempre espantosa. Eu sempre fico chocada, e me bate uma depressão. E ainda mais quando a pessoa é uma pessoa que a gente estava acostumado de alguma forma a ver.
A mãe de uma amiga de minha mãe. Amizade antiga, da época que meus pais fincaram raízes aqui na construção da cidade. E amizade daquelas verdadeiras, que não são somente para os bons momentos, mas nos difíceis também.
E recebi a notícia assim, em meio ao descanso do almoço e na hora nem sabia o que reagir. E nem foi alguém da família, foi um amigo que tentou nos contactar para dar a notícia.
E nem consegui falar para a minha mãe, e isso é o que mais me deixa nervosa de fato.
Fico mal. Sei que a morte é para todos e que mais cedo ou mais tarde ela virá e não poupará esforços para nos retirar do plano terrestre. Mas eu apesar de não ter medo da dita, eu tenho medo. Mas o medo que me apavora, é de chegar no leito da morte, sozinha. Sema migos, sem uma família, sem um gato. Sem ter feito o que poderia ter sido feito. Sem ter amado na medida certa; sem ter viajado e realizado sonhos e sem ter conseguido a estabilidade emocional.
Tenho medo de morrer com ódio no coração; ou com palavras de carinho esquecidas. Morrer sendo julgada pela aparência gasta pelo tempo; ou sendo xingada pela idade. Sendo maltratada por netos e filhos. E meu maior medo é morrer sem ter a certeza de que estava morrendo.
Porque para as pessoas fortes, aceitar a morte é o grande desafio, para os religiosos, é um sinal de amor de Deus por nós.
Para mim é o fim de tudo. O que antecede à esse momento deverá sempre ser a melhor coisa de nossas vidas, para que caso haja realmente vida em outro plano, possamos sempre recomeçar, sempre que preciso.
O descanso que desejo à ela, certamente é precioso e que veio na hora certa. Não sei detalhes; nem pergunto muito. Mas o sentimento, ainda que discreto, está abalado.
A vida é sempre por e repor............
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