Ontem eu amava meu trabalho, hoje não amo mais. Ontem eu te amava, hoje sinto pena de ti. Quero sorvete agora, daqui a pouco quero uma rede.
Eu mudo a cada segundo. Sou uma mutante, estranha no paraíso Terra, planos e recreatividade aguçada. Tenho os sonhos mais malucos e os desejos de realização mais esquisitos que uma pessoa possa ter.
Tenho tantas máscaras, que chego a me confundir em meu próprio jardim de infância.
Jogo sinuca, me reuno com os amigos, recreio, destino.
Jogo conversa fora, antibióticos ou antiflamatorios?. Água, muita água até estourar os ouvidos, atentos, escuta a brisa e até mesmo as estrelas.
Rumo à paisana diretamente para o meu céu, recriado à base de base e pó na cor do mar. A pele ressecada, brilho lábial cor de nada, perfume sabor morango, traga-me o chantilly.
Uso raquetes antigas, solto a bolinha de gude e vejo pipas multicoloridas sobre o aire. Aire espanhol, russo, mercantil. Calça de cetim, tudo de fora, passos lerdos, mundo afora.
Encontro você sorrindo para mim, não te amo mais. Não tente me conquistar, muito menos me levar para sua cama furada e com travesseiros velhos. Não gosto de sua casa mal assombrada por almas penadas e tristonhas. Se for para te ter que seja em poesias sem rima, traduções feitas às pressas entre um vagão de trem e a estrada de espinhos rosados e pincéis de quadros inexistentes. Não me presenteie com colares e pedras preciosas. Seu tempo já era, cuide do que lhe resta e do que está por chegar. Não quero suas regalias, nem suas flores, nem fotos antigas. Não desejo compratilhar contigo desejo infinitos e mesquinhos. Esqueça de nossas risadas em noite clara de lua cheia e mentirosa. Que São Jorge me perdoe, não quero seu luar, por horas, nem por agora.
Irei recompor minha maquiagem de palhaço infeliz. E sairei à procura de novos picadeiros em planícies e povoados distantes do cerrado, do passado.
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