É fim de tarde no cerrado. O coração do Brasil se preparara para mais uma noite, agitada, funcional, desesperada.
Eu aqui, analizando fatos e fotos, risos e estrelas cadentes. Mistérios de uma coroa que não pertence a nenhum rei.
Me olho no espelho e vejo cinzas de lágrimas que saem de mim em um profundo e absoluto medo do sol.
Escrevo, digito, corro de um lado ao outro, me proponho substancialmente a ser uma sereia melhor e deixar de cantar os cânticos errados na noite que passou.
Me entristeço pelas palavras que se foram e se perderam e se chocaram com ventanias e em mares que não existem em pontos cardeais.
A bandeira dos ideais, está com medo de ser colocada em posição de ataque. Ataque feroz de salivas manchadas pelo veneno do próprio coração dilacerado por atitudes frenéticas e vaidades da alma.
Corro para casa, me aconchego em uma pasta repleta de cartas de amores passados, que me alimentam de uma esperança vazia, de uma vida que nem sempre é o que parece melhor para mim e para ti, e para nós.
Escuto forte as bactérias de minha doce agônia, de minha desenfreada corrida pela liberdade que até então me deu frutos podres e manchas enraizadas em fontes secas.
O vento. A cor do espaço. O nada em nada dá criatividade suficiente para que eu coloque meus pensamentos em desordem e me leve a crer que a vida é fatalmente sem sentido, sem flores, com abraços criados a partir de um submundo julgador e fascinante.
Deleite-se com o que posso oferecer. A vida em preto e branco.
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