Li sobre um jogador de futebol que se sente discriminado, morando na Rússia. Segundo ele, um russo jogou de propósito uma xícara de café no colo de sua esposa e ela afirma que quando ele passam na rua os nativos fazem o sinal da cruz.
E eu acredito nele. Porque mesmo não sendo negra fui discriminada quando lá cheguei.
Em meu quarto dia morando em Moscou fui para à escola. Era uma aula de música e tal. Eu até já contei essa história aqui. A risada que eles deram ao me ver, foi justificada segundo eles, porque eu não tinha aparência de macaco e aquilo os surpreendeu. Mas o fato é que fui morar lá no ínicio das disputas por terras com a Chechênia. Eu era de uma cor muito semelhante a cor das moças chechenas e com um cabelo escuro e ainda por cima usava uma franja magnífica. E eles me xingavam de chechena, diziam que eu não era do Brasil. Tive que pedir a um tradutor que explicasse da onde eu realmente era.
Assim achei que o preconceito diminuiria. Mas aumentou, porque além de ser brasileira, meus amigos eram quase todos latino americanos e minha melhor amiga na época era uma negra.
Não foi fácil conquistá-los mostrando que eu era sim brasileira, que eu era amiga de negros, mas que a cor não importava. Algumas pessoas não se adaptaram a idéia. Precisei estudar muito, mostrar interesse em aprender sobre a cultura deles, precisei provar que era de confiança.
Ganhei grandes amigos que me pediram perdão pelo julgamento do primeiro de dia de aula e isso foi importante para que eu entendesse que o que separa as pessoas é simplesmente a falta de coragem de conquistarmos uns aos outros, o comodismo social, a preguiça de pensarmos em coisas boas para nós e para o próximo.
Aprendi morando na Rússia, que somos todos iguais, ainda que com culturas totalmente diferentes, a vontade de conviver, de aprender e de vencer é que nos unem e nos fazem irmãos!
Kukla
ResponderExcluirFeliz natal!
Feliz ano novo!
Grande abraço!
Tudo de bom pra você!
:)