quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Meu Natal sozinha

Muita gente me criticou e muitas outras me apoiaram, quando, graças a Deus, ganhamos o direito do recesso e peguei o do Natal e decidi viajar.

Decidi viajar e passar o Natal sozinha. Não planejei sequer tentar passar com meu amigo lá em João Pessoa. Ele até ofereceu para que eu ficasse na casa dele e eu até economizaria, mas preferi pagar mais caro e ficar em um hotel. 

E ontem uma amiga comentou que me vendo falar do quanto foi de longe o melhor Natal da minha vida, ela achou algo libertador.

Exatamente isso que senti: liberdade. 

Finalmente não precisei passar pelo desespero que é viver em dezembro. Não precisei fazer compras, comprar presente, escolher cardápio, ajudar na decoração e ainda trabalhar. E o melhor: não precisei rir e me divertir de forma obrigatória. 

No dia 24 eu passei a manhã na praia, depois tomei banho e dormi muito, pois chovia em Jampa. À noite, comprei umas besteirinhas, comi, assisti filme (algo que nunca faço) e dormi. No dia 25 eu acordei tarde, almocei e fiquei na piscina no hotel por 4 horas seguidas, lendo, nadando, dormindo, lendo, nadando e dormindo. 

As pessoas acham que passei por algum trauma no Natal que me fez pegar essa birra. E ainda mais que eu não gosto de estar em família. E a questão nuca foi essa, pelo contrário, eu amo estar com a minha família, quando não é obrigatório, padronizado e detalhado no calendário. Amo celebrar a vida deles em seus aniversário, com ou sem festa. Amo quando do nada a gente está lá bebendo, dançando e se amando, e quando isso é uma quarta-feira à tarde. 

Amo tanto celebrar a vida, mas nunca nestas datas comerciais. Amo minha mãe além do dia das mães, meu pai, além do dia dos pais, as crianças da família, além do dia das crianças e quando comprometida, celebro o meu amor além do dia dos namorados, que aliás agora é celebrado em duas datas e eu fico super confusa. 

Respeito muitas outras tradições, como a festa junina da minha mãe, em comemoração ao Santo Antônio, que é algo super importante para ela. E pequenas outras celebrações, como ano passado que fomos à formatura do meu sobrinho, que foi muito suada e a gente se divertiu tanto! E eu sou Cerimonialista gente! Como que não amo festa? Mas é algo que não é obrigatório, o casal resolveu gastar o dinheiro deles com algo que faz sentido para eles e não porque disseram que eles tem que casar naquele dia tal porque é uma data que tem que... detesto essa frase, inclusive: você tem que... Tenho que trabalhar e cumprir várias outras muitas regras sociais. Mas comemorar o dia do Natal como se não houvesse amanhã? 

É por isso que eu agradeço muito por ter conseguido viver esta experiência de ter passado o Natal sozinha. O Ano Novo, geralmente se não estou trabalhando, janto ali com alguém, ou não, e fico em casa com as gatas por conta dos caraios voadores dos fogos de artifício.

Penso muito em tantas pessoas que passam estas datas das piores maneiras possíveis e passam. E no outro dia, seguem nesta mesma vida, porque ninguém se importa com elas. 

E vamos para mais um ano e eu finalmente aprendi que dia 24/12 é de fato um dia absolutamente normal e que se for para eu aparecer para "celebrar", será no dia do aniversário de Jesus: 25/12.


segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Golden Globes 2025

Um título away, mas com um foco absurdo na emoção. 

Hoje, 06 de janeiro de 2025, comemoramos a vitória da atriz Fernanda Torres, no Golden Globes 2025, com o melhor atriz de dama.

Isso por si só já é algo muito absurdo de pensar. Ou não. Afinal, Fernanda é muito além da comédia e segura qualquer papel que entregarem em suas mão.

E ela tem ainda aquele detalhe básico de ser filha de uma das lendas vivas da cinematografia brasileira, a Fernanda Montenegro. Deus suprema. Deus me livre imaginar o mundo sem ela.

Imaginar um mundo sem arte, sem estas pessoas que tratam a nossa cultura, com cuidado e carinho.

Mas não era exatamente sobre isso que eu ia falar. Eu apenas entrei no mês de janeiro de uma forma nostálgica. E assim, há 20 anos. Há 20 anos, o mês de janeiro me tira o ar. Me humilha. Me arranca aquela casquinha de uma ferida que nunca irá cicatrizar. Achei que ia passar. Não passou.

E aí eu assisti a entrevista da Fernanda, mãe, citando o tremendo orgulho da filha.

E aí eu me emocionei. Porque sinto, há muito mais que 20 anos, que nada do que eu faça, de bom, logicamente, dará algum orgulho. E digo não só por mim, mas por todos aqueles que um dia acharam que eu daria totalmente certo.

Não dei errado.

Mas certo? 

Aí é forçar. 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Desimportância

 





Eu amo essa frase em um nível absurdo e ela me ajuda a me entender e a entender minha função no mundo.

Demorei uns anos para captar a mensagem de que eu sou bem chata. E que nem todo mundo gosta de mim. E que eu tenho várias manias insuportáveis e falas hipócritas e atitudes vexatórias.

Entendi na verdade que eu sou gente como qualquer outra e nem se eu quiser eu conseguirei ser canonizada ou pelo menos algo perto da Madre Tereza de Calcutá.

E é importante aceitar que a vida é isso mesmo. Da mesma maneira que eu abro a boca para falar de fulano, ou que eu não gosto de fulano, tem outras mil falando o mesmo sobre mim, me achando um tantão de coisa negativa. 

Eu preciso pagar as contas, e fazer mercado, e trabalhar e fazer os casamentos que estão em contrato e vou ali pelas beiras do caminho, sem me achar lá tão especial, porque ninguém é tão especial assim.

Se para muitos, nem Jesus foi, quem dirá eu né?

Vamos nos aceitar como somos, tentando ser minimamente aceitáveis socialmente e fazermos o que pudermos para não criar catástrofes, inseguranças e caos na vida dos coleguinhas. 

Espero que façam o mesmo comigo =) 

2025

2025 chegou e eu não ganhei na mega e eu sigo sem planos oficiais.

Eu não tinha uma plano B. O plano era apenas equilibrar o dinheiro da mega da virada e me aposentar. 

Mas Deus quis que eu e um monte de gente não ganhássemos e seguíssemos com nossas rotinas. 

Então que hoje é dia 03 de janeiro de 2025 e eu sigo plenamente classe média baixa, com alguns poucos projetos e um cansaço enorme, no terceiro dia do ano.

Mas está tudo bem. 

2024 me proporcionou coisas muito legais que quero seguir levando este ano. E abandonei muita coisa do ano passado. E pessoas também.

Não vivo de resoluções, apenas de ações.

Então que para 2025 apenas seguir com humildade, coragem, vontade de acertar e silenciar. 

É isso. Achei a palavra do meu novo ano: silêncio.

Não comecei muito bem, mas como diz uma nutricionista que sigo no instagram: apenas faça. 

As vezes a gente vai sair ali do rumo, mas o mais importante é voltar para o caminho e seguir tentando.

Feliz 2025! 

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

2024/2025

E aí que o ano está terminando hoje e graças a Deus está terminando...

Olha, que saga de ano! 

Foi bom, foi legal, foi divertido, foi alegre... Mas também, foi cansativo, chato, deselegante, sofrível, angustiante... um verdadeiro show da Xuxa. 

Graças a Deus deu tudo certo, sigo empregada, sigo andando de ônibus, sigo pagando aluguel, sigo solteira e sigo sonhando com a mega da virada, porque eu não tenho plano B para 2025. 

Tá, até tenho alguns planos B, mas todos eles envolvem trabalhar muito, porque infelizmente, não nasci herdeira nem antes e nem depois de ser adotada.

Mas os desejos para o próximo ano seguem os mesmos de todos os outros 33 anos que foi quando comecei a entender que era meio que obrigatório ter uma resolução de fim de ano para a entrada do próximo.

Uma vez, na virada do ano, participei de uma reportagem em que a pergunta foi o que eu desejava para o ano de 2009. Respondi dinheiro e saúde para gastar o dinheiro. Fui a única a aparecer na reportagem que era sobre o lado financeiro daquele ano.

E eu fui extremamente criticada. Mas sério, eu só inverti a ordem. E todo mundo tem vontade de expressar que quer essa troca na ordem também. Mas acho que as pessoas são um pouco hipócritas, passa ano, vem ano...

Então que para o próximo ano você tenha muito dinheiro e saúde para usufruir de seu trabalho, sua dedicação, seus talentos e dons.

Até! 

Até aqui, valeu demais. (mas sempre melhorar). 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

11/12/2013

Era uma quarta-feira, como hoje. Há 11 anos. 

Passei o dia remoendo uma decisão tomada em abril. Cansada estava. O trabalho se arrastava. 

Mas a decisão de decidir veio quando a minha chefe na época me chamou em sua sala.

Achando que era para falar de trabalho. Não era. Era para me dar um ultimato.

Ela me disse que observava há meses que eu andava irritada, reclamona e passava o dia falando dele. Que eu não percebia, mas que eu estava me perdendo dentro de algo que não fazia sentido. Que eu virara mãe do meu marido.

O silêncio que veio em seguida, eu o sinto até hoje. Ela tinha razão. Nos perdemos em meio ao que nem sentíamos mais um pelo outro.

Decidir separar é uma dor imensurável. Talvez eu tenha sentido algo parecido em algum momento da vida. Mas o que eu senti naquela conversa foi avassalador. Eu me entendi sozinha. Machucada. Exausta.

Cheguei em casa e ela estava como estava há pouco mais de 5 meses: na penumbra, com a fumaça do cigarro e o peso de um casamento falido. 

Me deitei. Não havia nem selinho. O boa noite vinha pela educação familiar. Abigail, como nunca tinha feito, deitou em minha barriga e foi o sinal que me encorajou a esperar ela sair e eu me levantar para a frase fatal: "eu não quero mais".

Acho que eu nunca falei algo com tanta profundidade. Acho que nem o eu te amo que vinha sendo dito pelo medo do perder. 

Era o medo que me levou 8 meses em desânimo diário e planejamento para o depois.

O depois veio, com uma ou duas recaídas. Talvez 3. Mas ele chegou. 

Um depois do fim que não foi nada do que planejei, mas foi vivo e intenso como eu costumava ser e como foi o casamento, durante quase 4 anos.

Casamento que termina é algo que sempre será lembrado. Não me lembro muito bem quem eu era antes. Mas me lembro exatamente de quem me tornei e do que me leva a ter certeza que, apesar de ter doido muito, foi a decisão certa, na hora certa, com o empurrão certeiro da chefe.

São 11 anos de uma decisão que quando lembro, rapidamente me passa pela cabeça: E se eu não tivesse tomado essa decisão?

Só sei que não vivo de se. 

Apenas de fazer o que deve ser feito.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Ensino médio da vida adulta.

Não sei porquê, mas este ano estou muito nostálgica com relação à minha adolescência. 

Acho que é porque estou acompanhando com mais atenção o fim do ano letivo de filhos de alguns conhecidos, principalmente do terceiro ano do ensino médio e conversando com uma amiga, comentamos sobre nossos fins de ensino médio e voltei imediatamente ao ano de 2021, quando eu terminei a escola.

Estou também em um grupo com muitas pessoas daquela época, embora fale pouco nele. E é muito interessante ver no que nos transformamos nos últimos 23 anos. 

Pensar que eu terminei o ensino médio, há 23 anos, por si só já me causa espanto. O tempo passou rápido e apagou pouca coisa daquela época. Esqueci muitos nomes, mas não rostos. Lembro de inúmeros episódios: bons e ruins, que moldaram a pessoa que eu sou hoje. 

Mas quem era eu naquela época? 

Resposta: ingênua e ao mesmo tempo desbravadora. Inteligente para as matérias que me interessavam, dedicada à leitura, amante do teatro e participante ativa das gincanas: cheguei até a cantar em um festival de músicas em inglês (desastre 1). Também dancei funk de top e 62 quilos, achando que estava arrasando (desastre 2). 

Sonhava com a UNB, com o jornalismo e com o mundo. Mas minha dedicação era limitada pela minha inteligência limitada para as exatas. Ótima debatedora e apresentadora de trabalhos e péssima na hora de fazer prova. Jogadora de Handball animada, ah eu amava as aulas de educação física, meu Deus! 

Pegadora nata! Namorei muito, com os mais variados tipos de rapazes possíveis. Emendava, terminava, começava com o anterior e terminava de novo. 

Me dividia entre cuidar da casa, assistir MTV, escutar música, escrever em meus diários e frequentar a Igreja. Não ia à festas se não as que meus pais me obrigavam a ir com eles, mas eu amava. Só ia ao cinema e a algum show se minha irmã me levasse (e pagasse). Cresci ouvindo que vício e hobby cada um tem o seu. 

Vivia com o que me fosse possível. Meus pais não esbanjavam. Então, nada de roupa de marca, nada de material escolar descolado, nada de baladinhas, nada de lanche especial na escola com mesada. Era o que tinha e eu não reclamava. Nunca quis ser o que os outros eram. Eu gostava da minha vida como ela era. 

Infelizmente, por dentro, eu já era uma fodida. A cabeça já era transtornada, mas ao mesmo tempo, eu sofria menos. Eu achava que ia dar conta. Que eu ia triunfar. Que eu ia passar na UNB, casar, ter filhos, passar em um concurso. Tudo estava muito planejado na minha cabeça e não havia tempo para sofrer. Eu me importava muito pouco com o passado, o presente e minha única preocupação com o futuro se resumia a conseguir um emprego e estudar. 

Mas o ensino médio teve fim e foi doloroso não poder ir para a escola todos os dias, depois de tantos anos. Não estar ali em um ambiente conhecido e relativamente seguro. O futuro veio. A fase adulta chegou com o pé na porta. Mal tinha saído da escola, eu já estava trabalhando, pagando conta, aprendendo coisas de banco, me inscrevendo para vestibular, conciliando com a Igreja, com a minha parca vida social e com meus, já fracassados relacionamentos. 

Foi uma boa época. Fui feliz em boa parte dela. Fiz grandes amigos, alguns inimigos, e de lá para cá, pouco restou da adolescente rechonchuda, romântica e já com alguns fantasmas no armário. 

Chegamos, 23 anos depois, ao que digo ser uma fase relativamente boa da vida. 

Graças a Deus. 

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

10 anos depois do fim.

Não me lembrava a data certinho, mas comecei a ler um livro que fala sobre divórcio e me lembrei do meu. 

Não do meu casamento. Mas do meu divórcio que começou a ganhar forma no dia 11/12/2013 e que teve seu final, feliz, em 14/07/2014.

Não sei porque me lembrei disso, afinal, o feliz do paragrafo acima, não é ironia. Mas lembrei que sou apegada à datas e os sentimentos contidos nelas.

E me lembro muito bem daquela tarde. Fazia um sol lindo. E a gente conversava normalmente. 

Do dia que fomos ao Advogado, até o dia mesmo, 1 semana. Eu que tomei a iniciativa, afinal, desde o dia 02/01/2014 ele havia saído de casa e comecei a me incomodar com a forma como ele tratava o antigo lar, como se ainda fosse seu lar, mas sem pagar nada. Cômodo, inclusive né?

Assinado o divórcio, ainda pensamos em tomar um café, mas eu precisava voltar ao trabalho. Ele seguiu para a casa da mãe, seu refúgio preferido, sua segurança eterna.

Mais de 10 anos depois deste dia, sigo tranquila com a decisão tomada. Mas senti muito em vários momentos, a falta dele, um arrependimento e um medo de nunca mais me relacionar com ninguém.

Medo bobo, inclusive, porque eu não ia dar certo com ninguém mesmo. Deveria ter relaxado mais. 

Mas o tempo passou muito rápido e tenho hoje mais tempo de divorciada do que tive de casada e na trajetória toda até aqui, eu não digo que ah que bom, nem ah que pena. Porque eu aprendi que a vida é isso. Alguns dias bons, outros péssimos e isso sempre será, estando casada ou não.

Agradeço sim, os 4 anos vividos em comunhão, porque não foi um casamento ruim. Ele é um cara massa, mas se tem algo que eu de fato levarei para a minha vida é que na minha cabeça casamento é um. 

Sinceramente, não tenho energia para casar novamente, e muito menos mais outras vezes. Casei uma vez, e vivi este casamento em sua plenitude, para caso ele terminasse, como terminou, eu seguisse. Sem traumas e sem medo.

Não sou traumatizada, até porque meu ex, apesar de todos os problemas, nunca me tratou mal. Só acho que vivi a experiência e não quero novamente e sinto que está tudo bem, mesmo!

E claro, amém Senhor não termos tido filhos. 

10 anos depois do fim, esta é a maior recompensa. 



sexta-feira, 18 de outubro de 2024

80 anos

Meu pai completou 80 anos e eu estou achando tudo muito louco!!!!

É muito interessante acompanhar o envelhecimento dos pais sabe?

E muito gratificante também. 

Meu pai realmente tem 80 anos. Ele não faz questão alguma de parecer mais jovem. E também não tem lá muitas manias de velho. Até tem, mas ele não faz questão também de ser tratado como se tivesse 80 anos.

Esta mistura de ser velho e não ser, traz um conforto para nós, filhos, que estamos ali engajados para que tanto ele, quanto mamãe, tenham qualidade de vida, principalmente mental.

E enquanto ajudava na organização da festa que ele tanto queria, um filme passou pela minha cabeça.

Estou na família há 37 anos, ou seja, papai tinha até bigode preto ainda. Era mais magro, mais enérgico e com muito menos paciência.

Acompanhá-lo nestes 37 anos tem sido um aprendizado. Pois papai é de poucas palavras, muito mais de ação e desta forma as coisas acontecem sem alarde, tanto na rotina dele, quanto na nossa.

Tenho várias lembranças muito boas dele, em minha infância, embora sempre um pai mais contido. Hoje, a gente demonstra muito mais afeto do que há 15 anos. 

O tempo o melhorou, claro, porque ele é muito mais presente, vez ou outra se abre mais e é possível entendê-lo de forma mais clara. 

Agradeço muito a Deus por poder ser sua filha. Por poder ter aprendido com ele o valor do comprar à vista porque o que não pode ser comprado à vista não é necessário. Aprender a economizar luz, água e tantas outras coisas. A economizar palavras, principalmente. 

Graças a papai, seu trabalho e sua bondade, conheci Moscou. Aliás, foi em Moscou que eu entendi muito da personalidade forte e marcante deste homem admirável que eu peço a Deus que conserve em saúde e sossego. 


Que xou da Xuxa é esse?

Apesar do meme estar esfriando, finalmente, estou há dias lembrando de algo muito importante de minha infância feliz: o dia em que fui ao Show da Xuxa em Buenos Aires, há zilhões de anos luz. 

Não me lembro de muita coisa, apesar de ser a pessoa que mais lembra coisas do passado, mas me lembro de vários detalhes muito significativos:

1) Lembro da fila para entrar no estúdio.

2) Eu começara a usar óculos e naquela época eles eram muito frágeis, então que a recomendação oficial de mamãe era que eu não poderia quebrar mais um, já que 2 já tinham sido destruídos: um meu pai sentou em cima e o outro eu deixei em algum lugar aleatório. Decidi deixá-lo com a mãe de uma colega que estava responsável pela gente.

3) Mamãe não quis ir. Lembro que foi cansativo. Ficamos lá o dia inteiro na gravação do programa.

4) Participei de uma brincadeira, mas era de correr e eu odiei. E perdi, claro.

5) Em algum determinado ponto, subi a escada da nave e no cantinho esquerdo tinha uma porta. Eu ia entrando quando alguém muito simpático (a), sqn, mandou eu descer. Desci e até hoje me arrependo de ter ido devagar. Por que simplesmente não entrei com tudo?

6) Estava por ali por perto, Xuxa no centro, as Paquitas segurando a gente para não invadirmos e eu passo por baixo de uma mão e sim: ganhei um beijo da Xuxa.

7) Em casa, exausta e feliz, comentei com mamãe que não ia banhar porque a Xuxa tinha me dado um beijo. Bem, por pouco eu não ganho um beijo na outra bochecha com a sandália de Mainha.

Que eu fui uma criança feliz, sempre soube, mas este dia eu nunca esquecerei. E é uma alegria acompanhar a Xuxa até hoje e eu tenho absoluto fascínio pela maneira como ela construiu a carreira de sucesso dela. Uma mulher que inspira, com certeza. 

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

20 anos. 20 anos depois.

Há exatos 20 anos eu tive minha primeira oportunidade de trabalhar com carteira assinada. E essa lembrança me emocionou profundamente. Porque há 20 anos, eu tinha 20 anos. E quem era eu nessa época?

Ter 20 anos não foi legal para mim. Começou mal quando eu ainda tinha 19 anos, 2 meses antes, no primeiro dia do ano. 2004 foi muito estranho e acho que muito mais por, finalmente, começar a ter responsabilidade de gente adulta.

E a verdade é que ninguém me preparou para a vida adulta prática. Pagar conta, trabalhar, estudar, ter vida social. Não veio no combo. Então que ali, nesta fase, eu torrei muita grana e eu nem ganhava muito. E me relacionei com algumas pessoas que já me frustravam e me frustraram. 

Mas eu até que fui relativamente feliz. Sinto no meu coração. Eu ainda não me abalava por tudo. Ainda levava pouca coisa à sério. Ainda me apaixonava. Ainda confiava no tempo. E sonhava com um futuro próspero. E ainda queria ser Jornalista. 

Ter 20 anos foi o começo. De quem eu poderia me tornar, 20 anos depois. E que não me tornei.

Agradeço. Não só por ter vivido momentos incríveis na loja onde eu trabalhei. Mas também porque, no ano seguinte, em janeiro, ali no finzinho dos tais 20 anos, pude viver um episódio que mudou tudo em minha vida: para o bem e para o mal.

E nem por isso, ainda assim, eu desisti. 


quinta-feira, 28 de março de 2024

Enfim 40

Quis tanto que este dia chegasse. 28/03/2024 - 40 anos! Que gratidão sinto! 

Está na moda um programa chamado Que história é essa Porchat?, onde os famosos contam acontecimentos bizarros e engraçados que aconteceram em suas vidas. Anônimos também aparecem e eu sempre fico pensando qual das minhas histórias bizarras eu contaria, porque em 40 anos tanta coisa bizarra aconteceu:

- O dia que eu prendi meus 10 dedos em uma cadeira enquanto esperava ser atendida em uma consulta. O banco tinha uns furinhos que eu testei até encaixarem todos. Desastre total.

- Ou o dia que eu prendi minha perna em um banco em frente à Casa Rosada em Buenos Aires.

- Ou o dia que quase caí no mar em um desfiladeiro em Montevidéu.

- Ou o dia que comi um cacho de bananas e mamãe descobriu quando fui tomar uma vitamina de morango. 

- Ou o dia que me inscrevi para meu primeiro vestibular, descalça, porque minha sandália quebrou no caminho. 

- Ou quando eu fui fazer uma entrevista, chovia, e eu caí em um buraco. 

- Ou por fim, quando em meu segundo dia na Embaixada do Peru, eu tive um desarranjo intestinal indo para o trabalho...

Acho que temos uma história vencedora não é? 

O programa termina com o Porchat fazendo algumas perguntas inusitadas, que eu, sonhadora como sou, sempre me pego respondendo em casa. São as perguntas (com as minhas respostas, claro):

1) Qual a sua primeira lembrança? - Meu primeiro banho de chuveiro, com água quentinha, em minhas primeiras horas na casa da minha família. 

2) Qual a palavra da Língua Portuguesa você mais gosta? - Uma que eu uso bastante: "Surreal".

3) Uma viagem inesquecível? - Moscou, com certeza absoluta!. 

4) O que não pode faltar no céu? - Água (com gás de preferência).

5) Uma apelido? - Tenho vários, mas gosto quando me chamam de Karininha.

6) Brasileiro (a) que dá mais orgulho? - Sou muito fã de brasileiros anônimos, normais e comuns que batalham para o Brasil ser um país melhor.

7) Sobre o quê você gosta de conversar? - Casamento. 

8) Uma gafe? - Sou a rainha das gafes, mas com certeza beijar o irmão gêmeo do ficante.

9) Um livro? - Não consigo escolher.

10) O que tem que estar escrito em sua lápide? - Morreu sem ter inveja.

E assim, começo minha nova era! Uma nova idade, cheia de planos e vontade de acertar muito! 

Deus me abençoe com humildade, generosidade e respeito ao próximo.

E que com saúde eu vença! Alcance tudo que desejo e ajude ao máximo de pessoas possíveis. 

Obrigada gente! 



quarta-feira, 27 de março de 2024

Dos 21 aos 39

Hoje eu vou dar um salto dos 21 para os 39 porque amanhã é meu aniversário e eu não quero falar nada. Quero silêncio e paz. 

Esses anos foram ruins em sua grande parte. Faculdade, anorexia, estágios, ônibus, insônia... Até terminar a faculdade, esta era a minha rotina. 

Saí da faculdade. Saí de casa no mesmo mês. E foi ótimo. Necessário e me moldou muito em termos de organização financeira. Antes da faculdade eu passei um perrengue que me custou 8 mil reais. Aprendi na marra a colocar minha grana em ordem e ainda fazer render. 

Aos 26 me casei. Aos 30 me separei.

Tive brechó. Dei aula de russo, espanhol e inglês. Estudei francês. Virei Cerimonialista. 

Separei. Mudei de apartamento. A lista de amigos aumentou demais. Mas só conto nos dedos de 1 mão quem é amigo real. 

Namorei bastante caboclo por aí, mas nunca mais amei como amei meu ex-marido. Entre estes seres, um em específico me deixou numa merda e com tanto chifre que eu achei que nunca mais me levantaria. 

Veio a pandemia. Retomei os estudos do inglês e decidi que vou até o final. 

Meu último namoro foi em 2020. 

Comecei a terapia em seguida. 

Me assumi. 

Trabalho tanto, que tem dias que eu choro. Não de reclamação, mas de alegria. Eu agradeço demais porque meu trabalho é a coisa mais importante que eu tenho. Eu morro de medo de ser demitida. De ficar desempregada. De depender dos outros. 

Não tenho medo de ficar sozinha, porque eu demorei a entender que a pessoa mais importante do mundo, sou eu mesma.

Sou expressamente deprimida, cansada, reclamona, mas tenho muitas qualidades. Não sou bonita. Sou legal. 

Amo minha família que é minha fonte de amor há 37 anos. Mas parei de mencionar que sou adotada. 

Amo meus amigos, do passado, do presente e do futuro. 

Afinal, não quero viver muito, mas quero viver bem. 

Sem lágrimas, sem posição fetal de desespero e com muitos copos de cerveja... mesmo não tendo ressaca mas sim, sentimento de morte. 

Sou grata por cada ano, cada momento, mesmo os piores dos piores. Aqueles que me fizeram por um triz tirar a vida. 

Mas aqui estou.

40.

Amém.